A Câmara de Mondim de Basto está a apostar na fixação da famílias no concelho, através de um incentivo à natalidade, atribuído a 71 crianças, e do reforço da habitação para arrendamento acessível, disse hoje o presidente.
Para tentar travar a quebra de natalidade, o município do distrito de Vila Real implementou um apoio de 2.250 euros em 2023 para cada criança, que é pago em três tranches anuais de 750 euros e do qual usufruíram, agora, 71 crianças.
“É um apoio importante para as famílias e significativo para o município que, com seu orçamento, consegue investir 72 mil euros para ajudar as famílias”, afirmou à agência Lusa o presidente da câmara, Bruno Ferreira.
A primeira entrega do incentivo em 2024 aconteceu na sexta-feira e abrangeu 71 crianças nascidas em 2022, em 2023 e também já este ano.
“Esta medida pretende ajudar os jovens casais do concelho a proporcionar um desenvolvimento feliz e saudável às suas crianças, atenuando os custos associados à parentalidade”, afirmou o autarca.
Bruno Ferreira disse que, em 2021, nasceram apenas 23 bebés no concelho de Mondim de Basto e, por isso, houve uma “urgência em reagir” e criar um programa para apoiar as famílias.
Mas, acrescentou, para fixar e atrair mais pessoas para o concelho, a autarquia quer ir mais longe e reforçar a Estratégia Local de Habitação para os 100 fogos.
“O acesso à habitação é essencial na fixação de pessoas e estamos empenhados nesta revisão da estratégia para podermos criar o maior número de fogos possível”, salientou.
A meta é a centena de habitações, quer em novas construções quer em reabilitação de edifício.
Bruno Ferreira referiu que recentemente foi adjudicada a recuperação de um antigo hotel, no centro da vila de Mondim de Basto, onde vão ser criados 18 fogos a renda acessível.
A intervenção vai ser feita no âmbito de uma candidatura apresentada ao programa 1.º Direito (Programa de Apoio ao Acesso à Habitação), contratada com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).
Este é o primeiro passo, mas, segundo o autarca, o objetivo do município é reforçar significativamente o parque habitacional disponível no concelho.
De acordo com os censos 2021, Mondim de Basto perdeu 6.410 residentes (14,45%) numa década.
Já o distrito transmontano perdeu quase 21.000 habitantes na última década e tinha, aquando dos censos 2021, 185.695 residentes, um decréscimo demográfico que afetou os seus 14 concelhos.