A EDP afirmou hoje que a decisão de não construir a barragem de Fridão, no rio Tâmega, é do Governo e que não abdicará dos seus direitos, nem dos mecanismos de que dispõe para a defesa dos mesmos.

"Em nenhum momento a EDP admitiu a possibilidade de não avançar com a construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Fridão sem que lhe fosse devolvido o montante pago ao Estado, em janeiro de 2009, como contrapartida financeira pela sua exploração por 75 anos", esclarece a elétrica liderada por António Mexia, no dia em que o Governo anunciou que a barragem de Fridão, no rio Tâmega, não será construída e que “não há razões para a restituição de qualquer montante” à EDP.

A EDP adianta estar disponível para, "de forma construtiva e com base num diálogo de boa-fé entre as partes, encontrar uma solução, deixando claro que não abdicará dos seus direitos, nem dos mecanismos de que dispõe para a defesa dos mesmos".

Em audição no parlamento, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, disse que "a decisão relativa à barragem de Fridão está tomada”, adiantando que o ministério não encontra razão para construir nem para indemnizar a EDP.

Em causa está um valor de cerca de 218 milhões de euros.

No esclarecimento da EDP, composto por três pontos, a empresa realça ainda que a decisão de não construir o Aproveitamento Hidroelétrico de Fridão é “da total e exclusiva responsabilidade do Governo”.

Segundo Matos Fernandes, houve um desinteresse por parte da EDP e que o Estado não contraria, e face a esse desinteresse, não existem razões para a restituição da verba.

No início da atual legislatura, o Governo decidiu suspender a construção do empreendimento, para proceder à sua reavaliação, período que terminou na passada quinta-feira.

A barragem de Fridão, no rio Tâmega, afluente do rio Douro, consta há vários anos do Plano Nacional de Barragens, mas uma decisão definitiva sobre a construção daquele empreendimento hidroelétrico, que afeta vários concelhos (Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto), tem sido sucessivamente adiada, num processo com avanços e recuos ao longo dos anos e vários governos.



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