O caudal do rio Douro estabilizou esta manhã, na zona do Peso da Régua, depois de ter subido cerca de quatro metros durante a madrugada, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.

A Proteção Civil emitiu no domingo um aviso à população para o risco de cheias e inundações, após “precipitação persistente” que levou ao “aumento significativo dos caudais do rio Douro”.

O comandante dos bombeiros do Peso da Régua, Rui Lopes, referiu que, pelas 04:00, se verificou um pico no caudal do Douro, que subiu cerca de quatro metros acima do caudal normal.

Atingiu o nível máximo da última inundação que tivemos há duas semanas”, apontou o responsável, que explicou que o caudal galgou a zona do cais da Régua, ficando a meio do edifício do bar, ali instalado, mas que se encontra fechado.

Os acessos à zona ribeirinha e à ecopista, localizada junto ao rio, estão cortados.

Rui Lopes disse que esta manhã o caudal estabilizou e salientou que, no terreno, vão manter-se numa monitorização permanente os elementos da Proteção Civil Municipal, bombeiros, GNR, Polícia Marítima e Autoridade Marítima.

As atenções, acrescentou, estão centradas nas condições meteorológicas e nas descargas nas barragens espanholas que se poderão refletir nesta zona do distrito de Vila Real.

“Para já a situação está controlada”, frisou o comandante.

O presidente da Câmara do Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, destacou pela “positiva” a monitorização e gestão que está a ser feita do rio.

“Já há muitos anos que não chovia como tem acontecido e a verdade é que a água ainda não veio cá em cima à avenida. Houve coisas que melhoraram na monitorização de todo o processo”, apontou o autarca.

Para José Manuel Gonçalves, a “situação tem sido gerida de uma forma exemplar”.

No domingo, verificaram-se várias derrocadas neste concelho duriense devido ao mau tempo, designadamente a precipitarão intensa, tendo-se verificado um caso em que moradores, na freguesia de Vilarinho dos Freires, ficaram sem acesso direto às suas casas.

Também a estrada de ligação da aldeia de Covelinhas à de Galafura sofreu uma derrocada e, no local, a circulação faz-se apenas por uma das faixas de rodagem.

O autarca disse que o dia de hoje é de limpeza e desobstrução das vias, “no sentido de repor o mais rapidamente possível a normalidade”, bem como de avaliação dos estragos.

“Mas, de facto, os prejuízos continuam a aumentar”, apontou, dando como exemplo a intervenção que vai ser feita na estrada entre a barragem de Bagaúste e Covelinhas, depois de uma derrocada em dezembro e do risco de queda de pedras na encosta.

Tendo por base a informação do Agência Portuguesa do Ambiente e do Centro de Previsão e Prevenção de Cheias do Douro, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avisou no domingo, em comunicado, que o rio Douro atingiu “valores de referência elevados”.

A ANEPC avisou na mesma nota que o aumento do caudal poderia causar inundações em “zonas historicamente mais vulneráveis”, recomendou à população para não se expor às zonas afetadas pelas cheias e que não atravesse zonas inundadas, pedindo ainda à população para adotar medidas preventivas “que permitam mitigar danos pessoais e materiais”.



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