Teresa A. Ferreira
Os agricultores portugueses são únicos, até na forma de se manifestarem
Os nossos agricultores estão cansados de receberem migalhas pelos produtos que produzem e de serem tratados como gente menor. Resolveram mostrar a sua indignação. Todos sabemos que quem fica com os lucros são a distribuição e a venda. Vejam bem:
“Um quilo de morangos é pago a 50 cêntimos ao agricultor e é vendido no supermercado a 5 euros.” – dizia um agricultor.
Mas há um fator diferenciador, nos agricultores portugueses, que eu gostava de ressalvar: a forma ordeira como se têm manifestado. Gostei de vê-los a assar febras e entremeada, acompanhados de pão e vinho, tudo em são convívio. Estas almas precisam de ter o estômago reconfortado para poderem manifestar-se com empenho e arte. Já os de outros países foram brutais. Queimaram pneus, fardos de palha, foram uns arruaceiros. Os nossos…uns Senhores!
Se não fossem os subsídios que recebem não conseguiriam sobreviver. Mas não reivindicam só os preços pagos ao produtor e os subsídios, querem o reconhecimento dos serviços ambientais que prestam, combustíveis a preços mais justos para os preços na produção serem mais competitivos e aplicação das mesmas regras na União Europeia na entrada de produtos do estrangeiro.
As reivindicações são mais do que justas.
Não se esqueçam os governantes de que sem os agricultores o povo passará fome, a não ser que se adapte a comer gafanhotos, grilos, lesmas, minhocas e outras coisas incomuns.
© 𝑻𝒆𝒓𝒆𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝑨𝒎𝒑𝒂𝒓𝒐 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂, 09-02-2024
𝙉𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡 𝙙𝙚 𝙏𝙤𝙧𝙧𝙚 𝙙𝙚 𝘿𝙤𝙣𝙖 𝘾𝙝𝙖𝙢𝙖,
Mirandela, Bragança, Portugal.