A fatura da água representa mais de metade da dívida da Câmara de Macedo de Cavaleiros, o município com mais desperdício no país que vai estudar a forma de reverter a situação, informou hoje o presidente, Benjamim Rodrigues.

A dívida total do município ronda os 17 milhões de euros, nove dos quais à empresa Águas do Norte, valor que está a ser renegociado para pagamento em 20 anos.

Nestes valores pesam as isenções de pagamento da água atribuída pela Câmara de Macedo de Cavaleiros a várias instituições sociais do concelho e casos de desvios ilícitos, as chamadas perdas comerciais, assim como as perdas reais das fugas no equipamento de abastecimento, como explicou o autarca.

Além dos estudos que estão em curso, o presidente adiantou que o orçamento municipal para 2020 contempla “investimento na compra de equipamento específico para controlo e diagnóstico”, e para a adjudicação de “um estudo que faça rapidamente reverter esses gastos com perdas”.

As perdas comerciais, receita que o município deixa de receber, rondam os 700 mil euros por ano e referem-se a “águas que as instituições consomem, que em qualquer autarquia é paga, mas em Macedo de Cavaleiros não é paga”, explicou Benjamim Rodrigues.

Trata-se de isenções antigas a bombeiros e associações e que o atual executivo não quis alterar por se tratar de entidades de cariz social.

“É muito difícil implementar cobranças quando nós temos instituições de cariz social, com intervenção pública. Pode não ser uma questão de justiça, mas é muito difícil”, declarou.

O propósito afirmado hoje pelo autarca é reduzir as perdas reais e perspetivou que, “com um plano a quatro anos”, será possível “reduzir drasticamente os valores” que colocam este município do distrito de Bragança “na linha vermelha” do desperdício de água.

“Temos perdas reais na ordem dos 69%, 71%, perdas comerciais na ordem dos 80%. O nosso objetivo é, obviamente, chegar a uma fasquia que baixe dos 60% a curto, médio prazo, e a médio, longo prazo ir para os valores normais da média do país, entre 40 e 50%”, apontou Benjamim Rodrigues.



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