A nova barragem hidroeléctrica portuguesa vai ser construída no Baixo Sabor, em Torre de Moncorvo, anunciou hoje o Governo em conferência de imprensa.
O ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, Arlindo Cunha, justificou "a decisão política com base em dados técnicos" depois de uma Avaliação de Impacte Ambiental.
O Governo defendeu que a barragem do Sabor vai ajudar a diminuir as cheias do Douro e constitui uma reserva de água para que Portugal não fique tão dependente de Espanha.
A conclusão da obra, cinco anos mais cedo do que a opção Alto CÎa, e que segundo a previsão ficará concluída em 2010 ou 2011,foi outro dos argumentos tomados em conta pelo Governo.
O Governo alegou também as vantagens financeiras do projecto sabor em relação aio Alto CÎa.
"A construção da barragem no Sabor custa quase metade do que custaria no Alto CÎa", garantiu Arlindo Cunha.
No seu parecer, o Instituto da Conservação da Natureza (ICN) defendeu que não deveria ser construída nenhuma das duas barragens, mas admitiu que a solução do Alto CÎa teria um impacto ambiental menor.
O ministro do Ambiente respondeu às críticas do ICN e defendeu que "esse foi o único descritor ambiental entre os 11 ouvidos a dar um parecer negativo", na Avaliação de Impacte Ambiental.
A Plataforma Sabor Livre - conjunto de ambientalistas contra a construção da barragem no Baixo Sabor - avisou segunda-feira o ministro do Ambiente, Arlindo Cunha, que avançaria com uma providência cautelar em tribunal caso o Governo optasse pelo rio Sabor, que aflui no Douro.
Os ambientalistas argumentam que a construção de uma barragem no Sabor vai destruir importantes habitats de fauna e flora na zona.
Quanto a possíveis realojamentos e mudança de um Santuário de local, caso a barragem do Sabor avance, o ministro desvalorizou a situação, dando o exemplo de casos anteriores e prometeu que a EDP fará tudo para "remover pedra por pedra e colocar tudo noutro local".
O ministro anunciou também a criação de um fundo de apoio ao desenvolvimento ambiental, gerido por profissionais e que vai beneficiar de 3 por cento das receitas anuais da produção de energia eléctrica na barragem e que ronda os 400 mil euros por ano.
Uma constituição acordada com a EDP, promotora do projecto, e que vai contar com representantes das autarquias, ambientalistas e outras entidades relacionadas com a região.
A barragem começou a ser projectada para o Sabor depois de se ter abandonado a ideia de construir uma barragem em Foz CÎa, onde se descobriu um importante património arqueológico