Lusa
Os vereadores do PSD na Câmara de Alfândega da Fé propuseram à maioria socialista um pacote de medidas de meio milhão de euros de apoios face à crise sanitária, que o presidente classificou hoje de “aproveitamento político”.
Os dois eleitos social-democratas Vítor Bebiano e José Almendra avançaram, em reunião de câmara, com propostas de apoios às famílias, empresas, freguesias e Instituições Particulares de Solidariedade social (IPSS) deste concelho do distrito de Bragança, que totalizam 500 mil euros.
Para o presidente socialista, Eduardo Tavares, estas propostas da oposição “não são mais do que um aproveitamento político” e sustenta que o município desde o início da crise provocada pela pandemia covid-19 avançou com apoios que “já totalizam 120 mil euros” e está a preparar novas medidas “de forma gradual e discreta”.
Os vereadores do PSD começam por pedir para as famílias apoios na aquisição de medicamentos e tratamentos dos doentes que testarem positivo para a covid-19 e mais material de proteção individual.
Sugerem que a autarquia isente do pagamento de água todos e não apenas empresas encerradas, instituições e os mais carenciados como foi determinado, e que o município reforce a distribuição de equipamento de proteção individual.
O PSD propõe que a câmara abdique de metade do Imposto Municipal sobre Imóveis e que o devolva aos munícipes em vales para compras no comercio tradicional.
Sugere inclusive a criação de uma moeda local para distribuir pela população mais carenciada, de forma a injetar dinheiro no tecido económico do concelho.
Em relação ao tecido empresarial, os sociais-democratas propõem apoio técnicos municipal para os estabelecimentos conseguirem promover os seus produtos e que a autarquia adquira aos produtores locais produtos, nomeadamente para os cabazes que está a distribuir pelos carenciados.
O PSD quer que a câmara transfira de imediato o equivalente a dois ordenados mínimos para os estabelecimentos encerrados e continuem a pagar aos taxistas que faziam o transporte escolar e que estão parados com as aulas à distância.
Propõem também que seja o município a custear o controlo sanitário do setor pecuário do concelho e que transfira 20% do Fundo de Financiamento para as freguesias.
A oposição defende ainda que a câmara transfira de imediato para cada um dos lares do concelho 7.500 euros para fazerem face às despesas extra com a pandemia.
O PSD entende que, “com o cancelamento de eventos, com a redução do apoio a associações e clubes e com o que a câmara está a poupar por ter os serviços encerrados”, conseguirá os 500 mil euros necessários para este pacote.
O presidente da câmara, Eduardo Tavares, respondeu que a oposição demonstra “muita desatenção” em relação às medidas que o município tem tomado e classifica as propostas de “aproveitamento político”.
“Este é o momento de termos muita serenidade, sensatez e muita responsabilidade nos nossos atos”, acrescentou o autarca, apelando a que a oposição local que siga o exemplo dos agentes políticos nacionais relativamente à crise que Portugal enfrenta.
O presidente alega que a autarquia tem tomado medidas, em colaboração com entidades locais e regionais de apoio às empresas, às famílias e instituições e que está a trabalhar em mais apoios com o sentido de “responder por prioridades às situações mais urgentes”.
“Nada tem ficado por fazer, desde a aquisição de equipamentos, apoio a instituições e famílias, aos alunos com cedência de computadores para as aulas à distância”, disse à Lusa.
O autarca apontou também a distribuição de 90 cabazes alimentares a famílias do concelho e afirmou que o município tem “tomado as medidas necessárias com discrição”, indicando que o valor ascende já a 120 mil euros.
“Sabemos que este é um trabalho que vai continuar a ter que ser feito porque esta é uma situação que se vai prolongar no tempo”, afirmou.
O concelho de Alfândega da Fé tem quatro casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde, que dá conta de um total de 24.505 e 973 mortos associados à covid-19, em Portugal.
