José Manuel Gaspar Torres Pereira (1939-2004). Deslocou-se de África para Vila Real, com a sua família, em 1975, e por cá ficou até ao fim dos seus dias. Nesse mesmo ano, em 2 de dezembro, era então um jovem assistente de biologia, coube-lhe dar a 1ª aula do antigo Instituto Politécnico (IPVR), numa sala improvisada do Quartel dos Bombeiros da Cruz Verde, onde, com um quadro negro também improvisado, começou por afirmar: “vamos fazer experiências de biologia no quadro”.
E a futura UTAD começava a nascer ali.
Mais tarde, eleito reitor, sonhou com uma Universidade que cobrisse com polos universitários toda a Região nos seus limites geográficos. Por isso, reforçou o polo da UTAD em Chaves (onde esperava lançar o "Campus da Água"), criou um polo em Miranda do Douro (voltado para os estudos antropológicos do nordeste transmontano) e projetou um outro polo em Lamego. A ideia era, no quadro da Regionalização que a Constituição Portuguesa contemplava (e ainda contempla), reunir todas as condições para que Trás-os-Montes e Alto Douro pudesse vir a ser uma Região Administrativa de pleno direito, começando por ser dotada de ensino universitário em todo o território.
Porém, este sonho esboroou-se em 1998, num referendo “descabido” (e ilegítimo até, tendo em conta o que postula a nossa Constituição).
No dia de hoje, em que a UTAD celebrou o seu 39º aniversário (cumprido no passado dia 22), aqui fica a recordação e a homenagem, para memória presente e futura, a um sonhador que acreditava que Trás-os-Montes e Alto Douro já então tinha tudo para ser uma REGIÃO.
