O mundo herdado da II Grande Guerra (1939-1945), formalizado na Conferência de Ialta, em 11 de Fevereiro de 1945, deixou-nos um novo Tratado de Tordesilhas, dividindo a zona leste (zona de influência da União Soviética) e a zona oeste (Zona de influência dos EUA e do Reino Unido). O tratado de Ialta ou Yalta, na Crimeia, manteve assim, no plano real, a continuação da guerra, no plano das relações internacionais.
A criação da ONU, em 24 de Outubro de 1945, em S. Francisco (Califórnia) pelos EUA, União Soviética, China e Reino Unido, a que aderiu, na altura, a maior parte dos outros estados, manteve a conflitualidade saída da II Guerra Mundial atrvés do direito de veto.
A tentativa de criação de um Estado de Israel tem mais de 2.000 anos mas, na contemporaneidade, há que registar «em Basileia, Suíça, em 1897, 1º Congresso Sionista, presidido por Theodor Herzl, o fundador do movimento. Seu objetivo era obter um documento reconhecido internacionalmente que legitimasse o estabelecimento dos judeus na Palestina. As comunidades judaicas da Europa ocidental - ricas e bem integradas às nações onde estavam - contribuíram para levar o projeto adiante.» (https://educacao.uol.com.br/noticias/2023/10/09/criacao-de-israel-saiba-como-foi-fundacao-e-origem-das-tensoes.html). As iniciativas para um tal Estado continuaram ao longo dos 50 anos seguintes mas só se consumaram em 1947, na ONU.
«Em abril de 1947, um Comitê Especial das Nações Unidas propôs a partilha da Palestina num Estado judeu (já com cerca de 650 mil habitantes) e um Estado árabe-palestino (com o dobro dessa população)» (https://educacao.uol.com.br/noticias/2023/10/09/criacao-de-israel-saiba-como-foi-fundacao-e-origem-das-tensoes.html)… - O Reino Unido, potência administrante do território, acedeu e, seis horas antes do fim do seu mandato, David Ben Gurion, que seria o primeiro governante israelense, leu a declaração de Independência de Israel. Os Estados Unidos e a União Soviética, as potências do pós-guerra, reconheceram rapidamente o novo Estado.
Assim, o ato da criação do Estado de Israel, em 14 de Maio de 1948 (Dia da Declaração de Independência), mereceu, da parte dos palestinianos a mesma oposição de sempre e, por isso, nesse primeiro ano do Estado, registou-se a primeira guerra entre as duas partes, vencendo os israelitas. Desde então, o estado de tensão permanente tem prevalecido com a incapacidade de entendimentos, também porque as matérias energéticas em que o Médio Oriente é rico, fazem com que as grandes potências tenham interesses na região, apoiando, umas (Ocidente), Israel e outras (Rússia e China), os Palestinianos.
Com a guerra na Ucrânia, as lideranças russas terão querido desviar a pressão para outra região, região que exigisse uma total atenção e inplicação dos EUA, diminuindo a presença e atenção destes na Ucrânia. Por outro lado, um conflito convinha a Benjamin Netaniau para unir o povo israelita à sua liderança, e está por explicar a negligência ou incapacidade (na qual não acredito) dos serviços secretos de Israel em ignorar os avisos do Presidente Egípcio para esta série de atos terroristas do Hamas.
A verdade é que o ódio palestino aos israelitas, além de ser histórico e profundo, é aproveitado estrategicamente pelo Irão e pela Rússia para lançar a confusão e a implicação dos e com os EUA.
Por outro lado, os israelitas têm feito tudo para incrementar esse ódio pois, a cada episódio do conflito, vão conquistando mais território e criando mais colonatos. A violência derivada deste ódio tem agora um novo episódio, de âmbito ainda desconhecido mas encerrando um enorme perigo de envolvimento de potências regionais (Irão e Arábia Saudita) e dos EUA, tendo a Rússia como obervadora e apoiante dos inimigos de Israel.
Para já, o nível de violência é chocante, de um lado e de outro, e Israel tem de ter cuidado com o modo como executa o seu direito à defesa (o uso de termo vingança é inadequado e gera vingança) para não maltratar as tão maltratadas populações palestinianas. Isto porque duvido que a violência se combata com a violência indiscriminada e descuidada.
